Tenho muitos fantasmas que me atacam e me comem. Às vezes à noite, sinto-os, sinto a depressão, o medo, a angústia, a solidão, e penso às vezes que muito coisa não faz sentido. Noites como hoje levam-me novamente para perto da loucura, e sinto-a, cheiro-a, acho que nunca mais me vai largar. Abri-lhe a porta e agora faz parte de mim.
Ás vezes farto-me de fazer as coisas certas, as vezes farto-me de ter de encaixar, de ter de explicar as minhas ações, as minhas escolhas, canso-me de dar peso as opiniões dos outros… e fico zangado com o mundo, fico zangado por a cada dia que passa eu sentir-me menos aceite, ainda que mais bem sucedido, mas vou sabendo e sentindo que não me conhecem, que não sabem quem eu sou, que são olhos estranhos que me fitam e miram.
O meu corpo nem parece o meu, é tarde e eu preciso dormir... a perfeição zomba de mim e eu... aqui fico, procurando migalhas entre os seres humanos. Gritando a quem não me consegue ouvir... Acenando a quem não me consegue ver.